quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

Amando e procurando os perdidos!


“Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Porque com o coração se crê para justiça e com a boca se confessa a respeito da salvação. Porquanto a Escritura diz: Todo aquele que nele crê não será confundido. Pois não há distinção entre judeu e grego, uma vez que o mesmo é o Senhor de todos, rico para com todos os que o invocam. Porque: Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Como, porém, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: Quão formosos são os pés dos que anunciam coisas boas!” (Romanos 10.9-15)

Vivemos dias de profunda angustia, solidão e incertezas, que nos causam espanto diante de um futuro que à primeira vista parece ser ainda pior.
Olhamos à nossa volta e o que presenciamos é uma sociedade feroz e desumana, à semelhança de um grande monstro que viesse das profundezas da terra para nos ferir, matar e por fim nos engolir.

E quantos de nós não se sente totalmente impotente diante de tal situação?

Essa preocupação não é objeto apenas dos se dizem “religiosos”, mas faz parte também da vida e dos pensamentos dos que se dizem ateus convictos, autoridades mundiais, imprensa secular, etc. Parece que o medo e a apreensão fazem parte do nosso dia a dia. É como se tivéssemos a necessidade de respirar violência, alimentarmo-nos da indiferença em relação ao nosso semelhante e descansar diante da injustiça cometida em graus nunca vistos ou imagináveis.
Realmente os dias são muito maus e o Senhor Jesus nos advertiu que seriam assim.

O texto que lemos nos mostra a preocupação do apóstolo Paulo em alcançar vidas para o Reino de Deus, mas nos adverte de que é necessário pregar a Palavra de Deus para que o pecador se arrependa e seja salvo.

Com toda a certeza, há 400 anos, os primeiros pregadores protestantes estavam preocupados com isso, pois acreditavam que a vinda de Jesus estivesse próxima. Como o Seu retorno não se concretizou, parece que a chama foi se apagando. Felizmente, pela graça de Deus, ela não se apagou totalmente e com o advento do pentecostalismo moderno, no inicio do século passado, o desejo de alcançar almas para Cristo voltou a fazer parte da vida dos cristãos.

Mas tão forte como começou, acabou se enfraquecendo novamente, e atualmente o que se vê é uma preocupação exagerada com a vida material dos crentes, ao invés do cuidado espiritual que deveria fazer com que os crentes buscassem conhecer mais a Deus e ter intimidade com Ele. A ênfase de hoje é a prosperidade financeira em detrimento da santificação; o louvor é um show e não adoração a Deus; a oração é um ato de reivindicação e não de submissão à vontade de Deus. Para os que assim pensam: abençoado é o crente rico: o pobre invariavelmente está em pecado. Este é o espírito que, infelizmente, tem movido muitas igrejas atuais, mas felizmente algumas têm resistido bravamente à tentação do século e têm permanecido simples e consagradas ao Senhor e à Sua mensagem.

Queridos irmãos, a atitude externa que devemos expressar e que move o coração de Deus é o desejo de alcançar vidas para o seu Reino e ela só poderá se concretizar quando partir de dentro para fora: do coração, como disse o Senhor. Existe na Palavra de Deus, a Bíblia, um homem que através da sua vida e conduta nos ensina o que devemos e o que não devemos fazer em relação à ordem expressa que Deus nos dá para pregarmos a Palavra a fim de alcançar os perdidos deste mundo. Este homem foi o profeta Jonas.

A história de Jonas, a princípio pode parecer algo isolado, perdido no tempo e no espaço, mas podemos verificar através da leitura de seu livro que ele foi o primeiro pregador aos gentios, àqueles que não eram judeus e, portanto, na época, não pertenciam ao povo de Deus.
Jonas recebeu uma ordem divina para pregar a mensagem de arrependimento aos ninivitas: “Veio a palavra do SENHOR a Jonas, filho de Amitai, dizendo: Dispõe-te, vai à grande cidade de Nínive e clama contra ela, porque a sua malícia subiu até mim.” (Jonas 1.1,2), mas ao invés de cumprir a ordem que o Senhor lhe dera ele procurou fugir da presença de Deus.
Porque será que o profeta não estava disposto a levar a mensagem de arrependimento aos habitantes daquela cidade? Não era ele um profeta? E os profetas não eram os mensageiros de Deus na Terra?
Para muitos, Jonas era alguém “sem coração”, mas são poucas as pessoas que procuram se colocar no lugar do profeta. Com certeza Jonas havia presenciado muitas maldades que os ninivitas haviam praticado. Os ninivitas eram cruéis, amavam as guerras e as condutas imorais e Jonas deve ter assistido muitas dessas atrocidades e por essa razão tinha não apenas o desejo de que aquele povo fosse consumido pelo poder divino, mas também tinha medo de levar a mensagem de salvação àquelas pessoas.
Quantos de nós hoje em dia nos colocamos na posição de Jonas?

Quantos de nós temos receio, para não dizer medo e indiferença em relação à pregar a mensagem do Evangelho da Graça e da Salvação através de Jesus Cristo àqueles que estão perdidos nas drogas, na prostituição ou no crime...?
Jonas com certeza foi um homem de fé, mas não a vivia em sua plenitude.
O caminho da desobediência é sempre um caminho descendente, como diz o Salmista: Um abismo chama outro abismo (Salmos 42.7a). Podemos identificar em Jonas algumas falhas de caráter que devemos evitar em nossa caminhada como cristãos:
a) Jonas tinha falta de misericórdia. Já disseram que Jonas devia ser tão intragável que nem mesmo o peixe conseguiu ficar com ele no estomago.
Jonas queria que a graça e a misericórdia de Deus se manifestassem apenas para o povo judeu.
Quantos irmãos não conseguem olhar para as pessoas que não professam a fé em Jesus Cristo com amor e o fazem com uma indiferença que é perceptível a todos? Não são poucos os que parecem desejar que eles morram sem serem alcançados pela salvação que o Senhor Jesus nos concedeu.

b) Jonas era arrogante e prepotente. Queria ser “dono” de Deus, queria dar ordens ao Senhor. Ficou bravo com Deus porque Ele desejava salvar os habitantes de Nínive: “Viu Deus o que fizeram, como se converteram do seu mau caminho; e Deus se arrependeu do mal que tinha dito lhes faria e não o fez. Com isso, desgostou-se Jonas extremamente e ficou irado.” (Jonas 3.10-4.1) Queixa-se da perfeição divina mostrando-se frio e sem sentimentos.
Milhões de pessoas que foram criadas à imagem e à semelhança de Deus para viverem em alegria diante d’Ele estão indo para o Inferno porque muitos de nós não temos concedido a esses irmãos a oportunidade de conhecerem o amor e a misericórdia divina.
Se estamos conseguindo tudo aquilo que há tanto tempo almejávamos, que nos importa os que nada têm...?
Se em nossas mesas temos alimentos sobrando, porque vamos nos preocupar com aqueles que têm falta até mesmo do essencial para a sobrevivência...?
Afinal de contas não fazemos parte de um povo separado por Deus...?
É muito triste constatarmos que esses pensamentos fazem parte da conduta e do “caráter” de muitos que se dizem “nascidos de novo” e andam ao nosso lado.

c) Jonas era perverso e egoísta
Jonas pregou a mensagem que o Senhor lhe ordenara que fizesse, mas não acreditou que realmente aquele povo se arrependeria e por essa razão preferiu fazer uma barraca para descansar enquanto Deus consumisse a cidade.
Preocupou-se muito mais com a planta e não teve a menor misericórdia para com o povo, o que levou o Senhor a dizer-lhe: “Então, perguntou Deus a Jonas: É razoável essa tua ira por causa da planta? Ele respondeu: É razoável a minha ira até à morte. Tornou o SENHOR: Tens compaixão da planta que te não custou trabalho, a qual não fizeste crescer, que numa noite nasceu e numa noite pereceu; e não hei de eu ter compaixão da grande cidade de Nínive, em que há mais de cento e vinte mil pessoas, que não sabem discernir entre a mão direita e a mão esquerda, e também muitos animais?” Jonas 4.9-11)

Felizmente Deus não age como Jonas. Ele sempre nos concede uma nova oportunidade. Aquele povo não conhecia a Deus e assim que receberam a mensagem que Ele lhes enviou se arrependeram de seus maus caminhos e tiveram não somente suas vidas poupadas, mas modificadas a ponto de fazer com que Jonas se irasse profundamente, preferindo morrer a ver a salvação daquele povo.

Quantos de nós não agimos assim?

Quantos de nós, ao vermos morrer uma pessoa que aos olhos da sociedade é tida como vivendo à margem porque não se submete às suas regras dizemos que “já morreu tarde!”?
Deus deseja que o pecador se arrependa de seus pecados e para Ele não importa o tamanho deles.
O desejo de Deus é de que todos os pecadores se arrependam e sejam salvos por Ele.

Com que espírito temos nos dirigido ao mundo?

Somos portadores de boas novas? Temos uma mensagem abençoadora ou amaldiçoadora? Somos portadores e mensageiros da Graça de Deus em Jesus Cristo ou temos sido pregadores mal humorados que ao invés de conduzir as almas ao aprisco divino estamos afastando-as d’Ele?

DEUS QUER SALVAR O PECADOR e Ele nos chama para:

a)   Sermos obedientes
Devemos obedecer a Deus e não valorizar nossas ideias preconceituosas em relação aos nossos irmãos e aos que se encontram perdidos nesse mundo.

Jesus nos deu uma ordem em Mateus 28.19,20: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século.”

b)   Amarmos as almas perdidas
O mundo precisa saber quem na realidade é o Senhor Jesus Cristo, conforme nos ensina o apóstolo Paulo em sua carta aos Romanos, quando diz: “pois todos pecaram e carecem da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus, a quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação, mediante a fé, para manifestar a sua justiça, por ter Deus, na sua tolerância, deixado impunes os pecados anteriormente cometidos; tendo em vista a manifestação da sua justiça no tempo presente, para ele mesmo ser justo e o justificador daquele que tem fé em Jesus.” (Romanos 3.23-26)
Precisamos amar as almas perdidas desse mundo e não nos regozijarmos quando elas perecem, e por não terem tido um encontro com Jesus, irão sofrer eternamente como nos afirma a Palavra de Deus em diversas passagens.
Quantas vezes deixamos de pregar o Evangelho por ter receio da receptividade que teremos? Quantas vezes escolhemos as pessoas a quem vamos falar do amor de Deus? Quantas vezes deixamos de pregar a Palavra porque entendemos que a pessoa não irá aceitar a mensagem, esquecendo de que quem convence o homem do pecado, da justiça e do juízo é o Espírito Santo e não nós mesmos, como nos ensina a Palavra: “Mas eu vos digo a verdade: convém-vos que eu vá, porque, se eu não for, o Consolador não virá para vós outros; se, porém, eu for, eu vo-lo enviarei. Quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo: do pecado, porque não creem em mim; da justiça, porque vou para o Pai, e não me vereis mais; do juízo, porque o príncipe deste mundo já está julgado.” (João 16.7-11)

c) Melhorarmos nossa conduta (testemunho)
Jonas era um homem que conhecia a Palavra e o amor de Deus, mas não colocava em prática o que sabia.
De nada nos adianta conhecer a Palavra se não a vivermos.
De nada nos adianta saber que o mundo precisa ouvir a mensagem de Salvação e não pregá-la.
O nosso testemunho de vida deve fazer com que aqueles que nos cercam desejem buscar ao Deus que servimos, porque veem em nós pessoas diferentes não pelas roupas que vestimos ou pela Bíblia que carregamos, mas pelo amor que temos para com todos que nos cercam, quer sejam eles crentes em Jesus ou não; quer sejam salvos ou pecadores; quer pensem ou não como nós; quer sejam pobres ou ricos; não importa a condição que tenham, devemos amá-los e fazer com que através do testemunho que damos e da mensagem que pregamos eles também sejam alcançados para Deus.
Jesus suportou todas as afrontas e indiferenças daqueles a quem veio salvar, nem mesmo aqueles que se diziam amigos (discípulos) permaneceram fiéis nos momentos difíceis pelos quais passou e ainda O abandonaram na hora extrema. Que o Senhor tenha misericórdia de nós e não permita que isso ocorra conosco.

d) Aprendermos com Ele.
O que temos aprendido com tantos sermões que temos ouvido ou com tantos estudos que temos realizado se não os colocamos em prática em nossas vidas?Temos nos tornado cristãos melhores ou estamos apenas “engordando e alimentando” nosso ego?
Em nosso humilde conhecimento da Palavra de Deus, entendemos que a Igreja existe para alcançar vidas para Jesus. De que nos adianta cantarmos bem em nossos cultos se nunca levarmos uma vida à presença de Jesus? Que louvor a Deus é esse que não faz com que amemos nossos semelhantes a ponto de falarmos do amor de Deus para com todos os que estão perecendo?
Quantos “crentes agentes secretos” temos nos dias de hoje? Crentes que não se preocupam em demonstrar aos outros a sua fé em Jesus Cristo porque entendem que isso os prejudicaria em seu convívio na sociedade?
Que o Senhor nos ajude para que nunca venhamos a nos portar como o profeta Jonas, mas que possamos falar como o apóstolo Paulo, quando ensina seu discípulo Timóteo e aos Romanos dizendo:
“Sou grato para com aquele que me fortaleceu, Cristo Jesus, nosso Senhor, que me considerou fiel, designando-me para o ministério, a mim, que, noutro tempo, era blasfemo, e perseguidor, e insolente. Mas obtive misericórdia, pois o fiz na ignorância, na incredulidade. Transbordou, porém, a graça de nosso Senhor com a fé e o amor que há em Cristo Jesus. Fiel é a palavra e digna de toda aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal.” (2 Timóteo 1.12-15)
“Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego; visto que a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como está escrito: O justo viverá por fé.” (Romanos 1.16,17)

Sempre juntos em Jesus.
Antonio Carlos, aprendiz de servo

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