sábado, 25 de setembro de 2021

Será que estamos levando a sério o Evangelho do Senhor Jesus?

  


A cada dia que passa nos deparamos com uma forma de Cristianismo ou de pregação do Evangelho, cada vez mais espelhada nos moldes mundanos e distanciadas do que realmente a Palavra de Deus nos ensina e nos exorta a viver.
As frases de efeito relacionadas com a Palavra de Deus estão por toda parte. São verdadeiros tratados de marketing, dignos de mentes altamente capacitadas, para atrair a atenção daqueles que as leem.
É comum vermos nas ruas, carros com adesivos alusivos ao que Deus fez ou costuma fazer para aqueles que O seguem:
“ DEUS É FIEL!”
“ PROPRIEDADE EXCLUSIVA DE JESUS!”
“ A SERVIÇO DO REI JESUS”
“ TUDO POSSO NAQUELE QUE ME FORTALECE”
“ PRESENTE DE DEUS”
Seria melhor pararmos por aqui, mas há uma que li pela primeira vez hoje quando estava retornando para minha casa e estava estampada com letras garrafais no vidro traseiro de um carro, novinho em folha é claro, e que me levou a escrever esse artigo. Diz o cartaz: “O SEGREDO DO MEU SUCESSO É JESUS”.
Não é de hoje o meu caminhar com o Senhor, e apesar de me considerar um eterno “aprendiz de servo do Senhor Jesus Cristo”, já vi muitas coisas nessa trajetória, e infelizmente verei muitas ainda, mas o que estão fazendo com a Palavra de Deus chega a ser decepcionante, para não termos de usar aqui algum termo mais adequado para alguém que usa da Palavra com tanto desdém, infantilidade e menosprezo, mercantilizando essa Palavra tão preciosa, e ainda têm a capacidade de aporem o nome do Senhor Jesus na maioria desses adesivos.
É impressionante o fato de nunca termos visto esses adesivos afixados nos carrinhos dos catadores de papel ou de outros materiais recicláveis, mas na sua maioria em carros novos e ao lado do logotipo de empresas, como a dizer que a empresa é abençoada porque os donos são crentes, mas muitas vezes esses mesmos donos participam de negociatas para verem vendidos os seus produtos, comercializam mercadorias sem a emissão de notas fiscais e por aí vai.
 Não estamos aqui para fazer apologia à pobreza e à miséria, como se para sermos cristãos verdadeiros tivéssemos que passar por necessidades materiais, mesmo porque a Palavra de Deus garante o Seu cuidado para com aqueles que a Ele se entregam sinceramente.
Queremos deixar aqui nossa indignação porque na maioria das vezes esses “propagandistas” ou “garotos (as) propaganda” que adesiva seus veículos com esses dizeres, nem ao menos conhecem a Palavra do Deus que eles garantem lhes deu aquele bem, que muitas vezes também, nem pago está, e que, não poucas vezes foram comprados “pela fé” como dizem alguns sem o saberem como os pagarão. O importante é ostentar, mostrarem-se aos outros como sendo vitoriosos, ou seja: viverem o que não são, viverem de aparências.
Se voltarmos um pouco no tempo vamos constatar que ser cristão era um verdadeiro desafio e não um hobbie como muitos acreditam hoje em dia. Porque para muitos, hoje em dia, é até chique se dizer cristão, evangélico, “gospel”, porque ao contrário de nossos antepassados na fé, que eram tratados como pessoas incultas - muitas até mesmo analfabetas -, hoje são as pessoas cultas e bem vestidas que frequentam as igrejas evangélicas, com seus carrões último tipo.
Vamos analisar os textos colocados fora de contexto:

“DEUS É FIEL!”
Sim Deus é fiel e poderoso para nos dar tudo aquilo que estiver em Seu coração para nossa vida, mas Deus é fiel só por que nos deu aquele bem no qual afixamos o adesivo?
Quando negociamos de forma desonesta e afixamos o cartaz na entrada de nossa empresa ou comércio estamos sendo fiéis a Deus e à sua Palavra?
Se viermos a perder o negócio por uma falha administrativa, Deus passará a ser infiel? (que Ele tenha misericórdia, até por o mencionarmos um absurdo desses).

“PROPRIEDADE EXCLUSIVA DE JESUS!” e “A SERVIÇO DO REI JESUS”
Se o carro é propriedade exclusiva de Jesus porquê o motorista o está usando?
Se é propriedade exclusiva de Jesus como o seu usuário pode vendê-lo para adquirir outro?
Se é propriedade exclusiva de Jesus como pode haver carros com busca e apreensão, se Jesus é o dono do ouro e da prata?
 Se é propriedade exclusiva de Jesus como ele pode ser usado para uma função que nada tem a ver com a preparação do Reino de Deus? Não deveria ser utilizado exclusivamente na obra de Deus, já que o adesivo diz que ele está “a serviço do Rei Jesus”?

“TUDO POSSO NAQUELE QUE ME FORTALECE”
Esse texto se bem aplicado é uma bênção para todos quantos o conhecem, mas será que é conhecido por todos aqueles que o leem? Será que os que o leem sabem quem o pronunciou ou em quais circunstâncias?
Sabem o contexto desse versículo? Sabem das lutas enfrentadas e narradas na Carta aos Filipenses Capítulo 4. Estariam dispostos a passar pelos mesmos dissabores e ainda assim declarar “Posso todas as coisas naquele que me fortalece?
Frases esparsas muitas vezes não atingem o objetivo esperado.

“PRESENTE DE DEUS”
Será que somente os crentes em Jesus Cristo conseguem adquirir bens nesse mundo ou mesmo entender que eles foram presentes de Deus?
Por volta do inicio dos anos 90 eram comum frases como:
“ JESUS MUDOU MEU VIVER”
“ DISSE JESUS: EU SOU A RESSURREIÇÃO E A VIDA”
“ VIDA PRECIOSA A BORDO”
“ JESUS TE AMA”
Não quero dizer que esses adesivos não são mais colocados em muitos veículos ou até mesmo em alguns locais, mas não são tão frequentes quanto os citados anteriormente, porque não causam nenhum efeito no que diz respeito à conquista de bens materiais, mas dizem respeito a coisas espirituais e ao perfil de seu ocupante.
Certa feita, assistindo a um Telejornal da manhã havia uma reportagem em um shopping e a repórter estava em frente a uma loja qualquer e havia uma frase escrita na vitrine “DEUS NÃO PODE ESTAR EM TODO LUGAR POR ISSO EXISTEM AS MÃES”. A repórter perguntou para uma mulher que estava em frente à loja: “O que você acha dessa frase?” A mulher respondeu: “PERFEITA”. Nem é preciso comentar muito. Se a pessoa acredita que Deus não pode estar em todo lugar é porque ela com certeza não conhece nada sobre Ele (quem teve a péssima ideia da frase ou o que pode ser mais acertado: ela ( mulher que respondeu à repórter? nem prestou atenção no que realmente estava escrito e se pronunciou a respeito sem nem mesmo analisar o que diria.
A Palavra de Deus nos adverte em Deuteronômio 5:11: “Não tomarás o nome do SENHOR, teu Deus, em vão, porque o SENHOR não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão.”
Muitos poderão dizer que não tenho o direito de julgar o procedimento dos que assim procedem, mas quero dizer a esses que assim entendem que quem os julga é a Palavra de Deus e quando a Palavra de Deus não está sendo empregada em algo que edifique e até mesmo chegue a ser ridicularizada, que Deus tenha misericórdia, nós, como cristãos que procuramos viver e anunciar essa Palavra temos, não o direito, mas o dever de repreender os que assim procedem para que se voltem para a Palavra de Deus.
Preferimos nem comentar os que usam textos bíblicos para tatuarem seus corpos, e muitos até mesmo envolvidos em crimes e tráfico de drogas, como aconteceu com um assaltante que foi preso e tinha tatuado o começo do salmo 23 “O Senhor é meu Pastor”.
Precisamos nos apresentar como obreiros aprovados como disse Paulo a Timóteo:
“Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade.” (2 Timóteo 2.15)
Quando fomos alcançados pela graça remidora do Senhor Jesus Cristo passamos a viver uma nova realidade: que é a de fazer parte de uma família espiritual que vai morar com Ele eternamente nos céus, em um local que Ele nos preparou.
Se desejarmos fazer alguma “propaganda” do que Deus realizou em nossas vidas devemos fazê-la para engrandecer-Lhe o nome e isso se faz cumprindo Sua ordem dada em Marcos 16.15-18 quando nos ordenou claramente: “E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado. Estes sinais hão de acompanhar aqueles que creem: em meu nome, expelirão demônios; falarão novas línguas; pegarão em serpentes; e, se alguma coisa mortífera beberem, não lhes fará mal; se impuserem as mãos sobre enfermos, eles ficarão curados.”
Que sinais seguirão aos que creem:
Terão o melhor carro?
Terão a melhor casa do bairro?
Terão a maior conta bancária?
Não passarão por nenhuma dificuldade? Coitados dos Missionários e de suas famílias...
Não sofrerão perseguição? Procurem conhecer a vida do apóstolo Paulo e de tantos homens e mulheres de Deus que têm morrido por amor ao evangelho na Igreja perseguida em nossos dias.
Não terão nenhuma enfermidade?

Jesus nos consola com essas Palavras:
Por isso, vos digo: não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo, mais do que as vestes? Observai as aves do céu: não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros; contudo, vosso Pai celeste as sustenta. Porventura, não valeis vós muito mais do que as aves? Qual de vós, por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado ao curso da sua vida? E por que andais ansiosos quanto ao vestuário? Considerai como crescem os lírios do campo: eles não trabalham, nem fiam. Eu, contudo, vos afirmo que nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles. Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós outros, homens de pequena fé? Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que comeremos? Que beberemos? Ou: Com que nos vestiremos? Porque os gentios é que procuram todas estas coisas; pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas; buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal. (Mateus 6.25-34)

‘Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo.” (João 16.33)

            Reflitamos no foi escrito e respondamos a nós mesmos as seguintes perguntas:

1)    Será que estamos levando a sério o Evangelho do Senhor Jesus Cristo ou estamos levando a vida como ela quer nos levar?
2)    Temos anunciado o verdadeiro Evangelho do Senhor Jesus ou estamos anunciando uma palavra mentirosa?
3)  Temos anunciado uma Palavra do Poder de Deus para a Salvação (Romanos 1.16) ou um evangelho de resultados macroeconômicos?
4)    O que temos anunciado fará com que nossos ouvintes sejam recebidos no Céu ou continuem destinados ao Inferno?
5)   Você acredita realmente que todo cristão deve ser “cabeça” e não “cauda” e por isso deve obter mais bênçãos materiais que os demais? Se acredita, aconselho que leia melhor a Palavra de Deus e busque um entendimento correto da mesma.

Que o Senhor tenha misericórdia de nós e que possamos seguir as pegadas do Apóstolo Paulo (esse sim Apóstolo e mesmo assim se achava indigno do "título"):
Porque vós, irmãos, sabeis, pessoalmente, que a nossa estada entre vós não se tornou infrutífera; mas, apesar de maltratados e ultrajados em Filipos, como é do vosso conhecimento, tivemos ousada confiança em nosso Deus, para vos anunciar o evangelho de Deus, em meio a muita luta. Pois a nossa exortação não procede de engano, nem de impureza, nem se baseia em dolo; pelo contrário, visto que fomos aprovados por Deus, a ponto de nos confiar ele o evangelho, assim falamos, não para que agrademos a homens, e sim a Deus, que prova o nosso coração. A verdade é que nunca usamos de linguagem de bajulação, como sabeis, nem de intuitos gananciosos. Deus disto é testemunha. Também jamais andamos buscando glória de homens, nem de vós, nem de outros.” (I Tessalonicenses 2.1-6)


Antonio Carlos, aprendiz de servo

quarta-feira, 1 de setembro de 2021

NOTA DE ESCLARECIMENTO - Como me vejo na obra de Deus



Nota de esclarecimento:
Como me vejo na obra de Deus.

            Graça e paz!
Em razão do considerável número de pessoas que têm me seguido pelas diversas redes sociais que administro e das Revistas que disponibilizava mensalmente através do Projeto Procurando os Perdidos, preciso esclarecer alguns pontos que para muitos possam parecer de somenos importância, mas que para mim são de imenso valor pessoal.
            Não poucas vezes me vi impulsionado a criticar a posição adotada por alguns líderes cristãos que não satisfeitos com o título de pastor ou pastora, por conta própria, e em alguns casos apoiados por seus liderados, decidiram intitular-se “apóstolos” e “apóstolas”.
            Desnecessário mencionar novamente que os que adotaram esse sistema ou preferiram andar por esse caminho de pura vaidade, não encontram embasamento bíblico para isso. Mas esse meu posicionamento servirá apenas de pano de fundo para o que escrevo a seguir.
            Com todo ser humano, algumas coisas me incomodam mais e outras menos, mas uma das que me incomodam profundamente é quando recebo títulos de que não me acho merecedor, por essa razão decidi tornar público esse incômodo.
            Pelo fato de eu ter me bacharelado em Teologia em um Seminário Batista, ter escrito alguns livros com temas teológicos, participar como cooperador digital de atividades missionárias na Igreja em que congrego ou por editar e disponibilizar mensalmente uma Revista Teológica, muitas pessoas, carinhosamente ou até mesmo pelo fato da minha formação teológica, decidiram me chamar de pastor ou homem de Deus em muitas de minhas postagens ou mensagens via Whatsapp.
            Quero agradecer a todos que carinhosamente assim me intitulam, apesar de eu sempre ter negado a ambos os títulos.
Todavia, venho esclarecer porque os nego: simplesmente porque não sou nem uma coisa nem outra: não sou pastor e nem me considero homem de Deus, pois ambos os títulos carregam em si uma carga de santificação e comprometimento com a obra de Deus que nem de longe eu tenho.
O que faço para a obra missionária, não se relaciona a projeção pessoal, mas o faço simplesmente por três motivos que se interligam:
1) Amor a Deus;
2) Reconhecer o esforço de abnegados missionários que pessoalmente conheço ou de Agências Missionárias que reputo sérias e comprometidas com a ordenança de Jesus em relação ao IDE, procurando, na medida do possível, colaborar com eles, divulgando as atividades de seus projetos;
3) Alcançar os perdidos que não conhecem a Cristo.

Não sou mais um pregador de púlpito. Meu tempo nesse tipo de divulgação do Evangelho já passou e se no passado fui ou não aproveitado ou se eu mesmo o negligenciei isso não vem ao caso neste momento. Certo é que não me acho à altura deste propósito divino. Existem muitos irmãos que se dedicam a esse chamado.
Não sendo pastor, homem de Deus ou pregador, o que de fato me considero? Aprendiz de servo, como assino em todas as minhas publicações ou simplesmente mais um filho de Deus, graça essa, alcançada pela misericórdia divina.
Definitivamente, não precisamos de títulos para servir a Deus dentro ou fora da igreja local. Para Deus, importa mais o que fazemos e não do nos rotulam.

Diante de tudo que expus, gostaria encarecidamente de pedir a todos os meus amigos (as) que não utilizem mais esses títulos em relação a mim, use-os apenas àqueles que de fato o merecem.
Sempre juntos em Jesus.
Antonio Carlos, aprendiz de servo
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