sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Amor ao próximo. É possível?

Será possível, diante do quadro de violência que presenciamos nos dias atuais, demonstrar amor ao próximo nos moldes que Jesus nos ensinou? Muitos poderão dizer que diante de tanta violência que acomete não apenas os grandes centros, mas também as pequenas cidades, onde há alguns anos a qualidade de vida gerava o anseio de moradia em muitos que as conheciam, em razão da paz e da tranqüilidade que imperava em seus arredores, devemos nos fechar em nós mesmos e levar a vida da melhor maneira possível. Em outras palavras: “O melhor é o isolamento! Que cada um cuide de sua própria vida!”
Também somos vitimas em potencial da violência urbana, pois vivemos na maior metrópole da América Latina e uma das maiores do mundo, a cidade de São Paulo, e basta ligar o rádio ou a TV para receber uma enxurrada de notícias que deixariam nossos avós perplexos diante da frieza com que muitas vezes são transmitidas. Infelizmente, vamos nos acostumando com elas e acabamos não prestando a devida atenção em muitos casos que são narrados e chegamos até mesmo a colocar em duvida a sua veracidade de alguns deles.
Mas será que, algum dia, vamos conseguir superar esse processo de crescimento da criminalidade e da violência que parecem irreversíveis? Não sou uma pessoa pessimista, mas sinceramente, não creio que haverá a tão desejava paz e tranqüilidade no mundo em que vivemos, pois para que ela se instale será necessário que todos os seus habitantes tenham uma mentalidade diferente da atual, onde cada ser humano veja o seu próximo como irmão e não como adversário e esse tipo de comportamento só pode ser atingido pelo ser humano quando Deus habita verdadeiramente em seu interior, comanda sua mente e coração.
Pelo que a Palavra de Deus nos ensina as coisas irão piorar e não melhorar, porque os homens estão se entregando cada vez mais na busca da satisfação de seus apetites carnais em detrimento das necessidades espirituais que deveriam ser os objetivos prioritários de suas vidas, mas apesar de sabermos que essa situação tende a piorar, creio que devemos, como servos do Senhor, nos colocar à Sua disposição para fazer com que os sofrimentos sejam os menores possíveis, tanto para nós como para os nossos semelhantes.
Por que será que nos momentos das grandes tragédias e catástrofes que ceifam tantas vidas, as pessoas se mobilizam sem medir esforços para ajudar no que podem para diminuir o sofrimento dos sobreviventes? Em minha opinião, isso ocorre porque no coração de cada ser humano existe uma centelha divina que faz com que ele se coloque no lugar e na situação de seu próximo que está sofrendo e sentindo-se impotente para reverter sozinho o quadro de adversidade de que foi vitima.
É certo que não algumas pessoas inescrupulosas tentarão levar algum tipo de vantagem nessas ocasiões, mas, felizmente, essa não é a postura da grande maioria.
A Palavra de Deus nos mostra que fomos CRIADOS à imagem e semelhança de Deus; que Ele soprou em nós o fôlego de vida e viu que as obras de Suas mãos eram muito boas. Somos seres destinados ao amor e por essa razão nem mesmo o pecado teve o poder de extrair essa centelha divina do coração do homem. O pecado fez e faz separação entre o homem e Deus, mas no íntimo de cada ser humano existe sempre a necessidade de uma reaproximação com o seu Criador e quando vemos um semelhante em situação adversa essa identificação faz com que busquemos auxiliá-lo, porque no mais profundo do nosso ser sabemos que Deus é Amor e está no controle de todas as coisas, apesar do quadro à nossa volta demonstrar muitas vezes o contrário.
O próprio Senhor Jesus nos advertiu em diversas passagens que quando sua vinda estivesse próxima alguns sinais seriam evidentes e entre eles o de que o amor de muitos se esfriaria em razão do aumento da iniquidade (Mt 24.12).
Esse e outros alertas do Senhor Jesus devem fazer com que cada um de nós que teve um encontro pessoal com Ele e diz ter compromisso e amor para com o seu próximo procure informá-lo dos perigos que está incorrendo ao se entregar ao desespero e principalmente à apatia espiritual que essas adversidades provocam em muitos corações. Muitas vezes essa é a oportunidade que o Inimigo de nossas almas, o diabo e seus demônios, aproveitam para tentar nos destruir e nos afastar ainda mais de Deus, colocando em nós a dúvida acerca do amor e do cuidado de Deus por nós.
Com muita propriedade o apóstolo João nos ensina que “No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo.” (I Jo 4.18a), pois quando amamos realmente a Deus entregamos a Ele todos os nossos “medos” e incertezas do caminho, confiando que em tudo e em todas as coisas Ele cuidará de nós. Talvez seja esse um dos grandes desafios da Igreja nos dias de hoje: ensinar o povo de Deus a amar, confiar e conhecer realmente o Deus da Palavra ao invés de, temendo o diabo, se entregar nas mãos de lideres que, aproveitando-se desse temor acabam produzindo “crentes” doentes e subnutridos, que diante das adversidades naturais da vida se entregam ao desespero e à depressão.
Vejamos o que nos ensina João em sua primeira epístola:
“Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor procede de Deus; e todo aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor. Nisto se manifestou o amor de Deus em nós: em haver Deus enviado o seu Filho unigênito ao mundo, para vivermos por meio dele. Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou o seu Filho como propiciação pelos nossos pecados. Amados, se Deus de tal maneira nos amou, devemos nós também amar uns aos outros. Ninguém jamais viu a Deus; se amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós, e o seu amor é, em nós, aperfeiçoado. Nisto conhecemos que permanecemos nele, e ele, em nós: em que nos deu do seu Espírito. E nós temos visto e testemunhamos que o Pai enviou o seu Filho como Salvador do mundo. Aquele que confessar que Jesus é o Filho de Deus, Deus permanece nele, e ele, em Deus. E nós conhecemos e cremos no amor que Deus tem por nós. Deus é amor, e aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus, nele. Nisto é em nós aperfeiçoado o amor, para que, no Dia do Juízo, mantenhamos confiança; pois, segundo ele é, também nós somos neste mundo. No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo produz tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor. Nós amamos porque ele nos amou primeiro. Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê. Ora, temos, da parte dele, este mandamento: que aquele que ama a Deus ame também a seu irmão.” (1 Jo 4.8-21)Amar ao próximo nos moldes dos ensinamentos de Jesus consiste não apenas nas demonstrações de carinho, afeto e preocupações materiais, mas acima de tudo, demonstrar preocupação com a questão espiritual, pois de nada nos adianta ajudar nosso próximo e procurar suprir todas as suas necessidades físicas se nos omitimos em indicar-lhe o caminho da Salvação em Jesus Cristo.
A Palavra nos mostra que: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem nele crê não é julgado; o que não crê já está julgado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus. O julgamento é este: que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más. Pois todo aquele que pratica o mal aborrece a luz e não se chega para a luz, a fim de não serem argüidas as suas obras. Quem pratica a verdade aproxima-se da luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque feitas em Deus.” (Jo 3.16-21)A maior demonstração do amor de Deus por nós, suas criaturas, foi enviar Seu próprio Filho para que morresse pelos nossos pecados e nos desse a possibilidade de passarmos a ser considerados como filhos e não mais como criaturas, por essa razão, entendo que a maior expressão de amor que podemos demonstrar ao nosso próximo é mostrar-lhe a necessidade que todos temos de ter um encontro pessoal com Jesus, reconhecendo-o como nosso Único e Suficiente Salvador. Quando agimos assim, estamos realmente demonstrando o amor que Deus espera que todos nós manifestemos em relação ao nosso próximo.
A mensagem da Salvação é o alimento e a proteção que nosso próximo necessita não apenas para se manter nesse mundo, mas é o suprimento que perdurará por toda a Eternidade.
Respondendo à nossa pergunta inicial, é possível sim demonstrar amor ao nosso próximo nos moldes propostos por Jesus, apesar da violência que impera e das perspectivas desanimadoras que se apresentam diante de nossos olhos, sendo assim devemos seguir a ordem de Jesus : “E disse-lhes: "Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado.” (Mc 16.15,16), e o conselho do apóstolo Paulo a seu discípulo Timóteo: “Conjuro-te, perante Deus e Cristo Jesus, que há de julgar vivos e mortos, pela sua manifestação e pelo seu reino: prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina. Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos; e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas. Tu, porém, sê sóbrio em todas as coisas, suporta as aflições, faze o trabalho de um evangelista, cumpre cabalmente o teu ministério.” (2 Tm 4.1-5)

Que Deus o abençoe ricamente.
Sempre juntos em Jesus.
A.Carlos

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