domingo, 18 de novembro de 2018

Afinal, onde está o Cristo?






“E vos dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! Não vades nem os sigais;” (Lc 17.23)

Não poucas pessoas, movidas pelas informações que ouviram acerca de Jesus, buscam consolo e reconforto junto a Ele, tão somente pelas palavras que ouviram, sem se darem conta do que esse encontro representará para suas vidas a partir de então.
Pode ser que no local onde estejam também se fale sobre e em nome de Jesus, comente-se sobre as curas do corpo que realizou, ou ainda acerca do infinito amor que nutria, principalmente, pelos pecadores e pelos rejeitados pela sociedade da época em que esteve conosco.
Aqueles que são movidos por esses sentimentos, muitas vezes se decepcionam porque ao passar aqueles momentos de euforia e até mesmo de “êxtase” espiritual que encontraram no início, com o passar do tempo se veem como antes: sozinhos e à deriva no barco da vida.
Levados pela força das ondas não se sentem mais seguros e buscam repouso e descanso em uma nova doutrina ou denominação religiosa, acreditando que um dia... quem sabe.... encontrarão a tão esperada  paz e tranquilidade que ansiavam encontrar quando tiveram seu primeiro encontro com a mensagem redentora de Jesus.
Jesus, advertindo a seus discípulos, disse que tomassem cuidado com as indicações de que estaria neste ou naquele local, nesta ou naquela entidade religiosa, nesta ou naquela figura emblemática que discursava acerca do Evangelho.
Ele assim os advertiu porque antes de encontrá-Lo neste ou naquele local exterior, deveriam encontrá-Lo dentro de si mesmos.
Quando Jesus mora em nosso coração, não precisamos correr para nenhum lugar, pois Ele supre todas as nossas necessidades mais intimas: aquelas que brotam de dentro de nós e que nos transformam em pessoas mais compromissadas com a sua Obra e com o nosso próximo.
Quando Jesus mora em nosso coração, sentimos a necessidade de viver integralmente o Seu Evangelho de amor e redenção.
Mesmo que pareça difícil viver o Evangelho e que ao contemplarmos a nossas imperfeições pareça impossível, tenhamos a certeza de que se dermos o primeiro passo receberemos dEle a força de que necessitamos para vencer os desafios que a caminhada cristã impõe a todos que buscam trilhar por sua estrada.
Viver o Evangelho não é fazer dele um leque de opções religiosas, onde a exterioridade tem mais importância do que as ações que nascem do nosso interior. Viver o Evangelho é procurar transformar primeiramente as nossas próprias vidas, para somente então, procurar ajudar na construção de um mundo melhor.
Sem eliminarmos os conflitos internos que nos impedem de viver uma vida plena na presença do Senhor, se torna impossível colaborar na edificação necessária à nossa volta.
Todos haveremos de nos apresentar ante o tribunal de Cristo, como nos ensina a Palavra de Deus, e daremos contas de todas as palavras e até mesmo pensamentos que emitimos ou expressamos.
A responsabilidade maior recai sobre aqueles que já conhecem a mensagem libertadora do Evangelho de Cristo e que ao invés de levá-la sem manchas e invenções a corrompem e desfiguram para dela auferirem lucros financeiros e reconhecimento pessoal.
Sabemos que é muito fácil propagar intelectualmente os ensinamentos contidos nos Evangelhos, mas compreendemos também a dificuldade de exemplificá-lo. Jesus não prometeu facilidades na divulgação de sua doutrina, ao contrário, nos alertou de que aqueles que desejassem esse ministério deveriam estar aptos e preparados para lutas, dificuldades, perseguições e até mesmo a morte, mas que para os que resistissem firmes nesse santo propósito lhes estaria reservado um lugar na morada celestial, onde todos esses dissabores seriam extintos.
Por essa razão, que sua fé e vontade de seguir a Jesus não seja impulsionada por modismos ou por propagandas enganosas, que oferecem um Evangelho cor-de-rosa ou uma vida de riquezas e facilidades materiais para os que o abraçam. Esse não é o Evangelho da Cruz de Cristo, nem das promessas contidas na Palavra de Deus, mas o evangelho dos aproveitadores de plantão, dos enganadores que um dia terão que responder por seus desmandos.
Seja cauteloso, examine as Escrituras e comprometa-se com a Verdade da pregação do Evangelho de Cristo e lembre-se de que Ele mora acima de tudo em seu coração e não em templos feitos por mãos e mentes humanas.
Sempre juntos em Jesus.
A. Carlos
(Texto extraído do Livro “Na Dimensão do Espírito- Volume I” de autoria de Antonio Carlos da Cunha)

Eis que o fim vem!!!


O que mais temos ouvido nos últimos anos em algumas emissoras de rádio e TV e principalmente depois da repercussão positiva ou negativa que o filme “2012” causou na época em que foi apresentado, falando sobre a possibilidade de que o mundo acabaria em 21 de dezembro de 2012, pois corresponderia ao final do calendário Maia, são previsões esdrúxulas, muitas “sem pé nem cabeça”, baseadas apenas em superstições ou análises isoladas de especuladores fantasiosos ou impressionáveis diante de toda e qualquer notícia que estimule os aspectos místicos que nelas existem.
Em cima desse gancho abriu-se um leque de possibilidades incríveis:
Gurus que ganharam espaço para fazerem suas “previsões” boas ou más sobre as celebridades do momento...
Cientistas que procuraram negar toda e qualquer possibilidade de um final do mundo, baseado nas previsões religiosas de quem quer que fosse...
Ufólogos que não perderam a oportunidade de falar sobre os seus “irmãozinhos” extraterrestres e o interesse que esses seres têm de nos ajudar na solução dos nossos problemas ambientais...
Ateus e céticos que encontraram uma oportunidade de exporem seus motivos para não crerem em nada e justificarem que o melhor a fazer é viver o presente porque o futuro a ninguém pertence, pois o que encontraremos depois da morte é simplesmente o nada absoluto...
Políticos que aproveitaram a oportunidade para exporem seus “projetos” para salvaguardar a ordem e tranquilizar a população para que em acontecendo algo em seus governos eles estariam preparados para toda e qualquer intempérie...
E claro, não poderiam faltar os religiosos, munidos com seus livros sagrados e cada um puxando a “brasa para sua sardinha” na certeza de que seus dizeres são os únicos que devem ser interpretados como verdadeiros: uns alegando que o mundo acaba agora, outros que ele não acaba agora, outros ainda, dizendo que um dia acaba, mas não é para agora e alguns religiosos brasileiros podem até dizer, diante da experiência que têm que tudo acabará em “pizza”, como tem ocorrido em todas as catástrofes pelas quais passamos em terras tupiniquins.
Para justificarem suas posições, uns dizem que o mundo acabará porque o ser humano está destruindo a natureza, acabando com a camada de ozônio e coisas assim; outros alegam que o mundo acabará porque o homem tem-se afastado de Deus e o Senhor com toda certeza está “pesando a mão” sobre todos os pecadores; outros ainda dizem que o que haverá em verdade é a transição desse mundo que conhecemos para um mundo novo, regenerado, onde somente os “bons espíritos” sobreviverão e nele habitarão, porque o planeta que está se aproximando da Terra (Absinto, planeta chupão e tantos nomes que lhe é dado) irá trazer sérias consequências em todas as áreas e atrairá para si todos os “maus espíritos”, ou antes, os “péssimos seres humanos” que habitam esse pobre planeta perdido na imensidão do Universo, e não faltam aqueles que crêem que o leão e o cordeiro vão andar lado a lado num paraíso terrestre que se seguirá após a trágica ocorrência.
Diante de tantas “possibilidades” que os “especialistas” nos apresentam, qual delas podemos considerar como sendo a verdadeira?
Essa pergunta é muito subjetiva, pois cada qual entenderá da maneira que melhor lhe aprouver.
Para aqueles que acreditam que não há “nada” depois da morte, a certeza de que haverá uma tragédia de proporções mundiais pode aguçar o desejo de se tornarem ainda mais materialistas, pouco se importando com os acontecimentos, desde que estejam “bem na fita”, como dizem alguns...
Para aqueles que em tudo crêem, o simples mencionar de catástrofes apocalípticas fará com que veja em todas as coisas os sinais “aparentes” de que ela já está acontecendo...
Enfim, essa é a tônica do nosso dia a dia. A história de nossas vidas é escrita a todo o momento e nela vemos personagens das mais variadas características e que podem com toda certeza se enquadrar nos exemplos que mencionamos acima.
Infelizmente, a vida humana não passa de mercadoria barata para muitos exploradores que por mais que saibam que o tempo da escravidão acabou ainda querem manter cativos os mais necessitados, como ocorre não apenas com os nossos irmãos bolivianos, coreanos e tantos outros que são literalmente mantidos como escravos por muitos comerciantes, que visando maior lucratividade não medem “esforços” para subjugar esses pobres necessitados que deixaram tudo em suas terras na esperança de conseguirem uma vida melhor e mais digna para si e para suas famílias e que em aqui chegando encontram apenas trabalho, trabalho, trabalho e mais trabalho sem nenhum tipo de remuneração, a não ser os parcos alimentos que lhes são servidos a preço de ouro...
Esse mesmo quadro pode ser observado em outros segmentos, onde as drogas e a prostituição são cartões de visita para consolidar um “status quo” que essa sociedade consumista estabelece como sendo o ideal para os “vitoriosos”, que num futuro não muito distante irão lotar as clinicas de dependentes químicos e divãs de psicólogos e psiquiatras na busca de suas origens, na busca de um prumo para suas vidas, um ponto de equilíbrio para recomeçarem...
Que sociedade é essa na qual estamos vivendo?
Que importância tem se o mundo vai acabar hoje, daqui a alguns anos, milênios ou se nunca vai acabar...?
As pessoas se preocupam tanto com o fato de existir ou não vida extraterrestre e não estão nem um pouco preocupadas com os nossos “terrestres” que passam pelas maiores privações.
Gastam-se cifras que nem imaginamos em pesquisas espaciais, enquanto a África é berço continuo de desgraças sem fim, onde a fome, a AIDS, a mortalidade infantil é uma das maiores do mundo, onde as mulheres “vendem” seus corpos em troca de migalhas de pão que possam “saciar” sua fome de alimentos, mas nunca poderão nem ao menos acalmar as tragédias íntimas pelas quais passam todos os dias...
Esse é o mundo no qual vivemos. Com todos os seus problemas, com sua camada de ozônio sendo destruída, com as florestas sendo devastadas, e apesar de tudo isso, nossos governantes não dão à mínima para os necessitados.
Mas o fato de sabermos que essas coisas poderão acontecer deve fazer com que deixemos de socorrer os enfermos, ou amparar os necessitados de toda ordem? De forma alguma! O fato de sabermos que essas tragédias humanas e naturais estão acontecendo deveria despertar em nós um sentimento de irmandade ainda maior por todos os que vivem no planeta, independentemente da fé que professam, porque a dor e o sofrimento vêm para todos os habitantes da terra, quer sejam pobres ou ricos, fortes ou fracos, instruídos ou incultos, religiosos ou ateus.
Pensemos nisso e façamos a nossa parte na construção de um mundo melhor, no qual, possamos salvar a maioria, a fim de que o amor de Deus possa nos alcançar da melhor maneira possível e encontre corações dóceis para cumprirem a Sua vontade.

Se o fim virá da forma como se estabelece nas mentes humanas não o podemos afirmar, mas de uma coisa temos a certeza: Precisamos fazer algo para melhorar a nossa convivência neste planeta!
Se você faz parte daqueles que pensam que tudo está bem e se melhorar estraga, eu quero convidá-lo a olhar para dentro de si, faça uma breve reflexão sobre os acontecimentos mundiais e veja se realmente o mundo está melhorando, se as pessoas estão sendo mais solidárias, se o amor tem alcançado as pessoas de diferentes classes sociais ou se ao invés disso, apesar de todo avanço tecnológico, não estamos vivendo como nos tempos da Idade Média, onde as mulheres eram apenas objeto de uso para seus maridos, onde as crianças não eram respeitadas e onde valia mais o poder da força do que a força do amor.
Espero que ao final desta análise íntima, você possa chegar à conclusão de que há muito a ser feito e que não podemos esperar nem mais um minuto para colocarmos as mãos na massa, arregaçarmos as mangas e trabalharmos em prol da construção de um mundo melhor e mais digno de ser vivido por nós e pelas gerações futuras.
Sempre juntos em Jesus.
A. Carlos

(Texto extraído do Livro “Na Dimensão do Espírito – Volume I” de autoria de Antonio Carlos da Cunha)

O fim do preconceito!


Certa feita, quando questionado sobre a questão do preconceito, o grande cientista Albert Einstein, assim se expressou: “É mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito.”.
Vemos constantemente as diversas mídias tratando de questões que envolvem o preconceito em todas as suas nuances, mas apesar disso, muitos ainda não atingiram uma consciência plena sobre essa questão.
Já é tempo de olharmos para o próximo com amor e respeito, entendendo suas escolhas, mesmo que sejam opostas às nossas. O preconceito é uma chaga social e espiritual que prejudica os que lhe são alvo, mas em seguida se volta e destrói as defesas do próprio emitente.
Por causa desse mal, que atinge boa parte da sociedade, muitas vidas foram ceifadas e outras tantas carregam estigmas, dores e conflitos internos que as impedem de seguir adiante e de crescerem como seres humanos ou até mesmo cumprirem o papel que lhes está destinado nesse mundo.
Todos nós, sem exceção, queremos e pedimos – alguns até exigem – mudanças para que o mundo em que vivemos seja melhor, mais humano, mais solidário; que seja um local onde todos possam viver em paz e segurança, refletindo toda a beleza que o Criador colocou em cada uma de suas criaturas.
É importante desfraldar a bandeira da igualdade e é obrigação dos governantes e da sociedade como um todo se engajar nessa luta, mas lembre-se de que um mundo melhor... sem preconceitos, começa em nós.
De nada adianta falar sobre o fim do preconceito se nós mesmos não estamos dispostos a extingui-lo de nossa mente e do nosso coração.
Toda grande ação é precedida de pequenos gestos e atos. “Não menospreze os pequenos começos” – costumava dizer um saudoso homem de Deus – “pois não sabemos aonde nos conduzirão”. Atitudes que no momento parecem pequenas e localizadas, podem se transformar em grandes movimentos que envolvam não apenas um pequeno grupo de pessoas, mas toda uma nação e podem alcançar o mundo inteiro.
Lembre-se de que, como seres humanos, somos todos iguais, independentemente da fé que professemos, da cor de nossos corpos, da condição social em que nascemos ou vivemos ou ainda das opções que fazemos. Cada um de nós nasceu com essas diferenças físicas e sociais, mas ainda assim, continuamos sendo iguais, por termos a mesma origem: Deus. E Ele não nos criou para a divisão, mas para a união, para que através de nossas diferenças aprendamos a nos amar, nos respeitar e nos ajudar na construção de um mundo melhor para nossa e para as futuras gerações.
Sempre juntos em Jesus.
A. Carlos
(Texto extraído do Livro “Na Dimensão do Espírito – Volume I” de autoria de Antonio Carlos da Cunha)

Família: Instituição Divina em sua plenitude





Décadas atrás, alguns “profetas” de plantão vaticinaram que a instituição “família” chegaria ao fim.
Com certeza não faltaram adeptos que procurassem colaborar para que este “vaticínio” se concretizasse.
Os tempos mudam, a civilização evolui, a ciência progride e a capacidade intelectual dos habitantes do planeta se desenvolve a cada dia, fazendo com que conquistas tecnológicas, tidas como de “última geração” tornem-se ultrapassadas em apenas alguns meses e às vezes uma semana depois de colocadas à disposição da sociedade.
Todas essas conquistas, todavia, são passageiras e sujeitas muito mais às interferências do homem do que propriamente de Deus, mas apesar desses altos e baixos, dessas idas e vindas do saber humano, a família permaneceu e permanecerá para sempre, mesmo que sufocada pelos modismos e desprestigiada por um grupo minoritário de homens e mulheres que desejam ditar “novas fórmulas” para que ela se mantenha “atualizada”.
A família é uma instituição Divina e sem ela a sociedade não sobrevive. A maior demonstração de sua força está exatamente no amor dos que a ela são agregados. Esse amor faz com que sobreviva a tudo e a todos, porque partindo do Criador, faz com que todos convirjam a Ele.
Muitas pessoas preferem exaltar a Justiça Divina como se fosse Seu principal atributo. Eu, todavia, entendo que todos os atributos Divinos alcançam a mesma escala: Infinita.
Se apenas um de Seus atributos não estiver nessa Infinita condição, não estaremos falando acerca do Deus que eu creio, mas sobre um deus qualquer, “levantado” e divulgado pelo mesmo segmento da sociedade que vem tentando minar a instituição familiar através de conceitos deturpados e muitos deles, segundo seus idealizadores, supostamente amparados pela “vontade” Divina.
Certamente, os atributos Divinos não podem ser mensurados por nossa limitada capacidade intelectual ou espiritual, mas se pudesse dizer qual deles fala mais de perto ao meu coração eu não tenho dúvidas em afirmar que escolho, sem detrimento dos outros, o Amor.
Ao longo da existência humana, Deus tem demonstrado o quanto nos ama e mesmo nos momentos em que somos provados ou até mesmo confrontados por Ele. Por mais que venhamos a sofrer dores físicas ou morais, ao alcançarmos o equilíbrio percebemos que tudo que nos aconteceu foi em nosso próprio benefício e se ao superarmos as adversidades vivermos de maneira diferente, perceberemos que e quanto o Eterno nos ama. Sou apaixonado pelo Amor Divino...!
Invariavelmente, os que exaltam mais a Justiça Divina como forma de condenação, repressão e isolamento como sendo a forma empregada por Ele para manifestar a Sua vontade, estão, na verdade, querendo que sua própria justiça – humana – se concretize como se partisse do Criador. Vemos isso com muita frequência nos grupos onde o fanatismo e a materialidade são evidentes, buscando, muitas vezes, através dessa “rigidez divina” exercer, com ares de “espiritualidade” superior, a autoridade e a subjugação humana do grupo a que pertencem.
Aproximemo-nos desse Amor Real que somente Deus pode nos oferecer e começaremos a olhar para o nosso irmão de maneira diferente, procurando perceber e valorizar suas virtudes, ajudando-o a corrigir suas faltas, sem, no entanto, exaltá-las e torná-las públicas.
O verdadeiro amor, em minha humilde opinião, passa pela compreensão do erro do semelhante a que todos estamos sujeitos e é por essa razão que Deus permite que pessoas tão diferentes convivam sob o mesmo teto, num aprendizado mútuo, a fim de alcançarem o prêmio maior a que todos almejamos: estar na presença Divina e desfrutar de sua amável companhia.
Sempre juntos em Jesus.
A.   Carlos
(Texto extraído do Livro “Na Dimensão do Espírito – Volume I de autoria de Antonio Carlos da Cunha)


sábado, 17 de novembro de 2018

O INFINITO AMOR DE DEUS




Vivemos dias angustiantes. As pessoas se matam como se fossem animais famintos que tentam sobreviver a todo custo.
A violência está por toda parte e parece que a novidade para a vida do homem é o desejo de ver seu semelhante sofrer, não importando por quais meios. As pessoas se perseguem mutuamente e, para muitos, se os demais não pensarem e agirem como eles, deverão ser eliminados.
O pensamento de alguns é: “Pessoas que não têm o mesmo padrão social que nós, estão atrapalhando a nossa ascensão, o nosso sucesso e alguma coisa precisa ser feita para tirá-las do nosso caminho...”.
Muitos têm esse pensamento e alguns, mais incisivos em sua perseguição, se acham no direito de até colocar fogo em mendigos, que, no seu entendimento, cometeram o “pecado” de perderem tudo: emprego, família, dignidade e agora a própria vida!
Os critérios que muitas vezes usamos para manifestar o nosso senso de justiça é estranho e em muitos casos, vergonhoso e injusto.
Quando colocamos os nossos amigos e parentes no banco dos réus, somos tolerantes e benevolentes, mesmo que tenham prejudicado muitas pessoas, e muito embora sejam vistos pelo restante da sociedade como monstros, para nós são uns amores.
Quando, porém, julgamos aqueles que nos prejudicaram, a nossa atitude muda radicalmente e se alguém tentar defendê-los, diremos que o fazem porque não estavam na nossa pele.
Olhando para a vida do rei Manassés através do capítulo 21 do segundo livro dos Reis, podemos perceber o que acontece com um homem que se deixa envolver nas armadilhas do orgulho e da prepotência.
Diz o texto:
“Tinha Manassés doze anos de idade quando começou a reinar e reinou cinquenta e cinco anos em Jerusalém. Sua mãe chamava-se Hefzibá. Fez ele o que era mau perante o SENHOR, segundo as abominações dos gentios que o SENHOR expulsara de suas possessões, de diante dos filhos de Israel. Pois tornou a edificar os altos que Ezequias, seu pai, havia destruído (...) E queimou a seu filho como sacrifício (...) Além disso, Manassés derramou muitíssimo sangue inocente, até encher Jerusalém de um ao outro extremo (...) 2Reis 21.1-17)
Talvez, examinando somente este capítulo, nos precipitemos a dizer que o velho ditado popular: “Tal pai, tal filho!”, parecia ter sido elaborado para ele.
Porém, se olharmos para a vida de Ezequias, o pai de Manassés, encontraremos o oposto da conduta do filho.
O relato bíblico diz que o rei Ezequias foi tão temente a Deus que não houve antes nem depois dele um rei com tanto temor a Deus em Judá.
Seu nome significa: “Meu deleite está nele”.

Mas apesar das preocupações dos pais em encaminhá-lo segundo a vontade de Deus, o garoto Manassés, resolveu fazer jus ao seu nome que significa: “que faz esquecer”, nome que surgiu quando José disse antes do nascimento de seu filho Manassés “Deus me fez esquecer de todos os meus trabalhos, e de toda a casa de meu pai” (Gn 41.51).
Manassés fez tudo errado. Foi um dos piores reis e não somente de Judá, mas também o pior que os povos vizinhos já tinham visto.
Era um verdadeiro monstro em pele de gente.
Não bastasse a sua maldade, tornou-se ainda, devoto de deuses estranhos e fez passar o próprio filho pelo fogo, oferecendo-o a Moloque – um deus cananeu que exigia sacrifícios humanos – e diz o versículo 16 que Manassés derramou muitíssimo sangue inocente, tanto que encheu Jerusalém de ponta a ponta com ele.
O que temos presenciado em chacinas nas ruas das grandes cidades e nos presídios do país podem ser considerados “insignificantes”, perto do que Manassés fez em Judá e região.

Segundo a nossa forma de julgamento, que fim mereceria o rei Manassés?

Para muitos, certamente, a morte seria pouco para ele.
Para outros, no entanto, deveria sentir na própria pele todo o sofrimento que infligira aos seus adversários e aos inocentes que padeceram em suas mãos ou ao seu comando, mas bem devagar... até não aguentar mais... e por fim deveria morrer, de preferência em uma cadeira elétrica.
Para alguns não bastaria apenas acabar com a vida de Manassés, seria necessário exterminar também toda a sua família: “Devíamos eliminar a “raça” dele da face da terra...”, diriam.
Para a felicidade de Manassés o julgamento de Deus não é igual ao nosso.
Será que um homem como ele poderia mudar...?  Ou “Pau que nasce torto morre torto”?
Miquéias 7.18 diz que não há Deus como o nosso Deus que perdoa as transgressões, não retém a sua ira para sempre, porque tem prazer na misericórdia.
O poder de Deus muda a vida das pessoas
Falou o SENHOR a Manassés e ao seu povo, porém não lhe deram ouvidos. (2 Crônicas 33.10)

Manassés era tão ruim que foi necessário algemá-lo, prendê-lo e levá-lo cativo para a Babilônia.
E foi ali, em meio a dores e tristezas, vendo todo o seu poder humano caindo por terra, que o monstro Manassés buscou a Deus e se transformou em um dos grandes exemplos de como Deus trabalha na vida do pecador arrependido.
Aquele homem arrogante e prepotente rendeu-se ao Poder Soberano de Deus, e na sua angústia clamou a Ele e humilhou-se na Sua presença.
A partir da experiência de vida de Manassés o que podemos esperar do infinito amor de Deus?

Deus abomina o pecado, mas ama o pecador.

Deus nos ama de uma forma que não podemos expressar com palavras do vocabulário humano.
Manassés foi um homem terrível, mas Deus lhe concedeu a oportunidade do arrependimento, assim como faz a cada um de nós.
Quantos de nós tem olhado para os “Manassés” de nossos dias com os olhos que Deus olharia?
Na maioria das vezes, temos verdadeira aversão até para chegar perto de mendigos que perambulam pelas ruas, imaginando que seremos assaltados ou agredidos por eles.
A Palavra de Deus nos ensina que feliz é a nação cujo Deus é o Senhor e o povo que escolheu para a sua herança (Salmos 33.12).
Quando olhamos para o estado de podridão moral a que a nossa sociedade chegou, preferimos fechar os olhos, culpar os governantes e até mesmo os lideres religiosos, a irmos, nós mesmos, anunciar o amor de Deus e dar uma oportunidade para que Ele opere naquelas vidas que estão às margens da sociedade que julgamos correta, civilizada e “humana”.
É certo que o pecado faz separação entre Deus e os homens, pois Ele é Santo e espera que também sejamos santos (Lv 20.7), mas o amor de Deus espera sempre que O busquemos com sinceridade para sermos resgatados da nossa incorreta e superficial maneira de viver.
Deus permite que erremos para aprendermos.

A Bíblia nos ensina que “há caminhos que ao homem parecem direitos, mas no fim são caminhos de morte”. (Pv 16.25).
Quantos de nós temos certas atitudes que aos nossos olhos parecem corretas e nos conduzem a Deus e por mais que nossos amigos nos digam o contrário, permanecemos no erro e não queremos ouvir a ninguém?
Quantos líderes tem enganado o povo em nossos dias, com essa mensagem de prosperidade e de conquista, fazendo com que as pessoas se acheguem a Deus por interesses escusos, como se Ele fosse o “portador” de uma caixa registradora que se abre toda vez que vamos à Sua Presença para pedir-lhe algo?
Manassés era um rei terrível e os textos bíblicos relatam que não havia ninguém tão cruel como ele, e por mais que os profetas o alertassem, ele nunca os atendia. Foi necessário que ele passasse por inúmeras tribulações para que pudesse aprender a buscar a Deus com sinceridade.
O Desejo de Deus é de que todos nós sejamos felizes e que não tenhamos nenhum tipo de problema, mas quando nos afastamos dEle ficamos sujeitos às armadilhas que o mundo coloca em nosso caminho.
Muitas vezes, Deus permite que caiamos nessas armadilhas para aprendermos com elas.
Assim como existem muitas pessoas onde o arrependimento é pura fantasia ou demonstração exterior, existem também pessoas sinceras, que verdadeiramente se arrependeram de todos os erros que praticaram e tiveram suas vidas transformadas pelo poder de Deus.

Deus não despreza um coração arrependido.

Quando Manassés se viu sozinho, prisioneiro em Babilônia, lembrou-se da conduta de seu pai Ezequias e sinceramente se arrependeu e buscou a Deus.
Deus ouviu a sua oração e o fez voltar a Jerusalém.
Para demonstrar seu sincero arrependimento, Manassés restituiu o altar do Senhor e teve uma conduta diferente até o final de sua vida.
            Quando estivermos incorrendo em erro devemos rever nossa conduta e buscar a Deus com um coração sincero. Se assim o fizermos, Ele nos atenderá.
Davi disse que “perto está o Senhor dos que têm o coração quebrantado e salva os de espírito oprimido” (Salmo 34.18).
Não importa o estado moral em que nos encontremos, o importante é reconhecer que estamos incorrendo em erro e tenhamos o firme desejo de mudar o nosso comportamento diante de Deus.
Manassés não apenas orou pedindo o livramento de Deus para si e para o povo, mas tomou a atitude do verdadeiro arrependido: mudou radicalmente a sua vida.
Quando fomos alcançados por Jesus éramos pecadores e muitos de nós éramos tão ruins quanto Manassés, mas Jesus nos transformou e nos transportou das trevas para o reino da sua maravilhosa luz ( 1Pedro 2.9).
Nunca menospreze a possibilidade de Deus trabalhar na vida das pessoas que consideramos ruins e impossíveis de mudanças.
Sempre haverá uma oportunidade para Deus manifestar o Seu infinito amor por nós. Por isso nunca menospreze a oportunidade que Deus te dá de anunciar acerca do Seu Amor àqueles que vivem, não somente às margens da sociedade, mas principalmente às margens do convívio de Deus.
Que o Eterno nos abençoe e nos dê forças para fazermos a Sua vontade: Fazer conhecido o Seu nome e seu Infinito amor por todos que criou.
Não há barreiras para o amor de Deus.      
Sempre juntos em Jesus.
A. Carlos
(Texto extraído do Livro “Na Dimensão do Espírito- Volume I” de autoria de Antonio Carlos da Cunha)


sexta-feira, 16 de novembro de 2018

Caminhando com Deus





É comum ficarmos espantados diante do avanço tecnológico alcançado pela humanidade em nossos dias. As descobertas são tão frequentes e dinâmicas que chegamos ao ponto de ver ultrapassado no dia seguinte algo que nos parecia ser a invenção mais fabulosa no dia anterior.
A televisão e os outros veículos de comunicação aproximaram tanto os povos que nos possibilitam saber instantaneamente o que acontece no outro lado do mundo. 
Apesar de estarmos acostumados a essas mudanças radicais no nosso cotidiano, somos forçados a admitir que muitas vezes nos sentimos literalmente perdidos em certas situações. 
Tanta tecnologia... tanta globalização... tantas informações... tantas opiniões... tantas oportunidades... tanto conforto material... tanto... tanto...
Diante de tantas opções, poderíamos nos considerar os mais felizes do mundo, os mais realizados em todos os sentidos. Mas isso não tem ocorrido.
Há 30 ou 40 anos atrás, acreditávamos que o avanço tecnológico poderia melhorar a nossa maneira de viver. Acreditávamos que com o passar do tempo, o conforto material nos proporcionaria mais tempo e tranquilidade para buscar a Deus e ter comunhão com nossas famílias e amigos... 
Hoje, nos deparamos com todas as conquistas almejadas, mas ao mesmo tempo, nos sentimos perdidos em nós mesmos. Aquilo que deveria ser uma conquista acabou se tornando, em alguns casos, praticamente um fracasso na vida do homem moderno.
Mais tecnologia e conhecimento geraram mais liberdade e esta, mais libertinagem e com isso um maior afastamento da comunhão com Deus na vida de muitos de nós.
Moisés estava aberto às possibilidades de um relacionamento mais íntimo com Deus e demonstrando toda a sua confiança pediu que Ele lhe mostrasse o caminho ou a maneira pela qual poderia encontrar graça diante de “Seus olhos”.
Vemos isso em Êxodo 33:13 quando ele diz: “Agora, pois, se achei graça aos teus olhos, rogo-te que me faças saber neste momento o teu caminho, para que eu te conheça e ache graça aos teus olhos; e considera que esta nação é teu povo.”
A maneira pela qual Moisés expõe o seu desejo de conhecer o caminho para que esse relacionamento se realize, ajuda-nos a entender a necessidade que temos de ser firmes em nossas convicções e de que não devemos nos abater, mas insistir nessa busca, na certeza de que agindo assim encontraremos graça diante de Deus.
Muitos de nós, em determinado momento da vida, deseja encontrar o caminho, mas talvez o nosso maior inimigo nessa busca seja o imediatismo. Infelizmente queremos que as coisas se resolvam como num passe de mágica.
Moisés subiu ao monte Sinai e ficou ali por 40 dias. Sem que o povo soubesse que seu retorno estava próximo, começaram a reclamar e pediram que Aarão, irmão de Moisés, fabricasse um deus para que fosse adiante deles, porque “aquele Moisés”, diziam eles, não sabiam o que lhe acontecera.
Quantas vezes tomamos o posicionamento daqueles homens que pressionaram Aarão a fabricar o bezerro de ouro?
Dizemos que temos que viver o presente e alguns até sentenciam:
“Ainda sou muito moço, tenho que aproveitar a vida. Daqui a pouco a vida passou e eu não fiz nada. Quando estiver com mais idade vou procurar uma “religião” que me aceite como eu sou e não fique me pressionando para mudar a minha maneira de pensar e de viver...”.
“Tenho tanto tempo pela frente. Preciso conseguir minha independência financeira. Aí sim poderei pensar em minha vida espiritual...”.
Esses pensamentos constituem um grande erro, pois o nosso futuro dependerá da maneira como vivermos o presente. Se formos sensatos e vigilantes no presente, certamente poderemos esperar uma vida mais tranquila no futuro. Se, ao contrário, desperdiçarmos o nosso tempo com futilidades, acreditando que poderemos recuperar o “tempo perdido”, maior será a probabilidade de fracassarmos.
Não somos perfeitos e como não existem “super heróis espirituais” também devemos ter paciência em relação a nós mesmos, mas isso, de forma alguma, deve se transformar em comodismo, pois cada um de nós é responsável pelos próprios atos. Certamente, a bondade de Deus nos conduzirá ao arrependimento, mas a que preço?
Precisamos suportar as lutas e as dificuldades que esta busca produz, mas o livramento que tanto aguardamos e que aos olhos de muitos e, algumas vezes, aos nossos próprios olhos, parece tão distante e impossível, pode ocorrer a qualquer momento. Talvez amanhã ou, quem sabe, hoje mesmo.
O amor de Deus aguarda com paciência que nos arrependamos dos maus caminhos pelos quais temos trilhado e que nos apresentemos para iniciarmos a nossa caminhada com Ele. 
Saiba compreender suas limitações. Não fique pensando que você é um “super herói espiritual” e que está isento de errar. Fomos criados para andar em comunhão com Deus. Todos nós erramos e necessitamos retomar o caminho que nos conduz a Ele.
É importante lembrar que mesmo depois de estarmos trilhando os caminhos que Deus nos mostrou, dependerá única e exclusivamente de nós mesmos, o sucesso nesse processo de aprendizado e santificação e isso não se dará de uma hora para a outra.  Não há palavras ou gestos mágicos, mas com perseverança alcançaremos a vitória que tanto almejamos: Descansar à sombra do Onipotente (Sl 91.1).
Haverá a necessidade de nos aproximarmos cada vez mais de Deus através do nosso crescimento espiritual e isso ocorrerá quando passarmos a conhecer mais o que esse Deus que nos criou espera de nós.
Conhecendo a Sua vontade para nossas vidas, conseguiremos entender Seus planos e as promessas que tem para cada um de nós. 
Permita que Deus trabalhe na sua vida, a fim de que você possa ser mais útil em Suas mãos. 
Infelizmente, muitas vezes transformamos o amor de Deus em lei para nossas vidas e isso nos impede de olhar para dentro de nós mesmos e entender que somos limitados e imperfeitos. Conheça suas limitações e se entregue nas “mãos” de Deus para que Ele te fortaleça. Seja humilde diante dEle e Ele não apenas te consolará, mas responderá aos anseios mais íntimos do seu coração. 
Que possamos dizer como Moisés: “Agora, pois, se achei graça aos teus olhos, rogo-te que me faças saber neste momento o teu caminho, para que eu te conheça e ache graça aos teus olhos;”.
Sempre juntos em Jesus. 
A.Carlos

(Texto extraído do Livro "Na Dimensão do Espírito - Volume I" de autoria de Antonio Carlos das Cunha)


sábado, 10 de novembro de 2018

A Importância da Autoanálise



Pouca coisa revela tão bem o medo e a incerteza dos homens quanto o esforço que fazem para ocultar seu verdadeiro "eu" uns dos outros e até mesmo a seus próprios olhos.
Quase todos os homens vivem desde a infância até a morte por trás de uma cortina semiopaca, saindo dela apenas rapidamente quando forçados por algum choque emocional e depois voltando o mais depressa possível ao esconderijo. O resultado desta dissimulação constante é que as pessoas raramente conhecem seus próximos como realmente são e. pior ainda, o disfarce tem tanto êxito que elas nem sequer conhecem a si mesmas.
O autoconhecimento tem tal importância em nossa busca de Deus e de sua justiça, que nos encontramos sob a obrigação de fazer imediatamente aquilo que for necessário para remover o disfarce e permitir que nosso "eu" real seja conhecido. Uma das supremas tragédias em religião é o fato de nos termos em tão alta conta, enquanto a evidência aponta justamente o contrário; e nossa autoadmiração bloqueia eficazmente qualquer esforço possível para descobrir uma cura para a nossa condição. Só o indivíduo que sabe que está doente é que procura o médico.Nosso verdadeiro estado moral e espiritual só pode ser revelado pelo Espírito e pela Palavra. A Deus pertence o juízo final do cora­ção. Existe um sentido em que não ousamos julgar-nos uns aos outros (Mt 7:1-5) e no qual não devemos sequer tentar julgar-nos (1 Co 4:3). O julgamento final pertence Àquele cujos olhos são chama de fogo e que vê através das obras e pensamentos dos homens. Agrada-me deixar com Ele a última palavra.
Existe, porém, lugar para a autoanálise e uma necessidade real de que esta seja feita (1 Co 11:31, 32). Embora nossa autodescoberta não seja provavelmente completa e nossa autoanálise contenha ele­mentos preconceituosos e imperfeitos, existem porém boas razões para que trabalhemos ao lado do Espírito em seu esforço positivo para situar-nos espiritualmente, a fim de podermos fazer as correções exigidas pelas circunstâncias. É certo que Deus já nos conhece totalmente (SI 139:1-6). Resta-nos agora conhecer a nós mesmos o melhor possível. Por esta razão ofereço algumas regras para a autodescoberta; e se os resultados não forem tudo que possamos desejar, podem ser pelo menos melhores do que nada. Podemos ser conhecidos pelo seguinte:
1. O que mais desejamos. Basta ficarmos quietos, aguardando que a excitação dentro em nós se acalme, e a seguir prestar cuidadosa atenção ao tímido clamor do desejo. Pergunte ao seu coração: o que você mais desejaria ter no mundo? Rejeite a resposta convencional. Insista em obter a verdadeira, e quando a tiver ouvido saberá o tipo de pessoa que é.
2. O que mais pensamos. As necessidades da vida nos induzem a pensar em muitas coisas, mas o teste real é descobrir sobre o que pensamos voluntariamente. Nossos pensamentos irão com toda proba­bilidade agrupar-se ao redor do tesouro secreto do coração, e qual for ele revelará o que somos. "Onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração."
3. Como usamos nosso dinheiro. Devemos ignorar de novo aque­les assuntos sobre os quais não exercemos pleno controle. Devemos pagar impostos e prover as necessidades da vida para nós e nossa família, quando a temos. Isso não passa de rotina e diz pouco a nosso respeito. Mas o dinheiro que sobrar para ser usado no que nos agrada irá contar-nos sem dúvida muita coisa sobre nós.
4. O que fazemos com as nossas horas de lazer. Grande parte de nosso tempo é usado pelas exigências da vida civilizada, mas sempre temos algum tempo livre. O que fazemos com ele é vital. A maioria das pessoas gasta esse tempo vendo televisão, ouvindo o rádio, lendo os produtos baratos da imprensa ou envolvendo-se em conversas frívolas. O que eu faço com o meu tempo revela a espécie de homem que sou.
5. A companhia de que gostamos. Existe uma lei de atração moral que chama o homem para participar da sociedade que mais se assemelha a ele. O lugar para onde vamos quando temos liberdade para ir aonde quisermos é um índice quase-infalível de nosso caráter.
6. Quem e o que admiramos. Suspeito desde há muito tempo que a grande maioria dos cristãos evangélicos, embora mantidos mais ou menos em linha pela pressão da opinião do grupo, sentem de todo modo uma admiração ilimitada, embora secreta, pelo mundo. Podemos conhecer o verdadeiro estado de nossas mentes, exami­nando nossas admirações não-expressas. Israel admirou e até inve­jou com frequência as nações pagãs ao seu redor, esquecendo-se assim da adoção e da glória, das leis, das alianças e das promessas e dos pais. Em vez de culpar Israel, façamos uma autoanalise.
7. Sobre o que podemos rir. Pessoa alguma que tenha qualquer consideração pela sabedoria de Deus iria argumentar que exista algo errado com o riso, desde que o humor é um componente legítimo de nossa natureza complexa. Quando nos falta o senso de humor, falha­mos também nessa mesma proporção em equiparar-nos à humani­dade sadia.
Mas o teste que fazemos aqui não é sobre o fato de rirmos ou não, mas do que rimos. Algumas coisas ficam fora do campo do simples humor. Nenhum cristão reverente, por exemplo, acha a morte engraçada, nem o nascimento, nem o amor. Nenhum indivíduo cheio do Espírito pode rir das Escrituras, da igreja comprada por Cristo com o seu próprio sangue, da oração, da retidão, do sofrimento ou dor da humanidade. E certamente ninguém que já esteve na presença de Deus jamais poderia rir de uma história que envolvesse a divindade.
Esses são alguns dos testes. O cristão sábio encontrará outros.

(Grifos nossos- Texto extraído do Livro “O melhor de A.W.Tozer" (1897-1963) Ed. Estação do Livro)

segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Limpando o coração.

Como são agradáveis aos ouvidos as palavras proferidas por aqueles que se dizem seguidores do Cristo e de seus ensinamentos.

Ao olharmos para esses homens e mulheres que parecem espelhar, em si mesmos, a quase perfeição a que todos anelamos e ouvi-los falar acerca das verdades divinas, sentimo-nos tão pequenos e distantes de tudo aquilo que nos ensinam, porque em nosso interior sabemos que não somos o que eles desejam que sejamos e que parecem ser, apesar de sabermos também que nem sempre aquilo que procuram apresentar diante de nossos olhos são a realidade de suas vidas.

Falamos isso e nos colocamos na mesma situação. Não nos esquivamos da responsabilidade a que todos temos diante do Senhor. Ele conhece o interior de cada um de nós e busca meios de nos ajudar a viver integralmente os seus ensinamentos.

A vida do homem é constituída de uma porção interior e outra exterior. Na interior residem os nossos pensamentos, as emoções e só pode ser perscrutada e conhecida por nós mesmos e pelo Senhor que a tudo e a todos conhece na intimidade; e a exterior que é aquela a quem todos que nos conhecem têm acesso e não raras vezes é por ela que somos analisados.

Se nos apresentamos como pessoas sérias, sábias e confiáveis, os que nos cercam, dificilmente duvidarão daquilo que falamos, pois nos conhecem superficialmente e o quadro que visualizam é o que lhes apresentamos.
Jesus disse que devemos primeiramente limpar o interior do copo para que automaticamente o exterior também se torne limpo.

Disse Jesus: “Fariseu cego, limpa primeiro o interior do copo, para que também o seu exterior fique limpo!” (Mt 23.26)

É do nosso interior que brotam os bons e os maus pensamentos que se tornam em atitudes que edificam ou destroem as nossas vidas e a dos que nos cercam.

Embora possa parecer simples, esse trabalho de limpeza interior não é tão fácil como parece, pois envolve uma atitude austera em relação a nós mesmos. De nada nos adianta conhecer os ensinamentos que Jesus nos legou se não os praticarmos. Seremos fatalmente comparados aos fariseus repreendidos por Jesus.
Tornar-se membro de um grupo religioso e aceitar seus ditames é tarefa das mais cômodas, mas o que realmente importa é fazer com que esses ensinamentos se transformem em realizações concretas que auxiliem não apenas a nós mesmos, mas a todos que convivem ou compartilham a existência conosco.
Quando, apesar de nossas imperfeições, procuramos viver aquilo que pregamos, nosso testemunho cristão fará com que outros procurem realizar as mesmas obras e aí sim estaremos demonstrando o quanto amamos a Jesus e a Ele somos gratos.
Palavras esmeradas e oratórias rebuscadas e convincentes só se transformam em vida quando praticadas por aquele que as apresenta. Quando inquirido acerca da necessidade de possuir uma carta de recomendação para falar aos coríntios que haviam abraçado a pregação do Evangelho de Jesus, o apóstolo Paulo simplesmente disse: “Começamos, porventura, outra vez a recomendar-nos a nós mesmos? Ou temos necessidade, como alguns, de cartas de recomendação para vós outros ou de vós? Vós sois a nossa carta, escrita em nosso coração, conhecida e lida por todos os homens, estando já manifestos como carta de Cristo, produzida pelo nosso ministério, escrita não com tinta, mas pelo Espírito do Deus vivente, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne, isto é, nos corações.” (2Co 3.1-3)
Infelizmente o quadro que vemos hoje está distante dessa realidade.
Fala-se muito e bonito, mas vive-se pouco o verdadeiro Evangelho de Cristo, e esse pouco, ainda assim é um tenebroso testemunho que tem, espiritualmente, destruído muito mais que edificado vidas.
Mas cremos em um Deus amoroso e misericordioso, que está sempre com os braços abertos, aguardando o momento de nos posicionarmos para viver uma vida que espelhe tudo aquilo que temos em nosso interior e que produza vida em todos aqueles nos cercam.
Que o Senhor nos conceda a coragem de olharmos para dentro de nós mesmos, identificando com sinceridade o que necessitamos mudar e nos dê a força que precisamos para promover a tão necessária limpeza que nos ajudará a viver uma vida plena na presença Senhor.
Sempre juntos em Jesus.

A.Carlos
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...