“E
vos dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! Não vades nem os sigais;” (Lc 17.23)
Não poucas pessoas,
movidas pelas informações que ouviram acerca de Jesus, buscam consolo e
reconforto junto a Ele, tão somente pelas palavras que ouviram, sem se darem
conta do que esse encontro representará para suas vidas a partir de então.
Pode ser que no local onde
estejam também se fale sobre e em nome de Jesus, comente-se sobre as curas do
corpo que realizou, ou ainda acerca do infinito amor que nutria,
principalmente, pelos pecadores e pelos rejeitados pela sociedade da época em
que esteve conosco.
Aqueles que são movidos
por esses sentimentos, muitas vezes se decepcionam porque ao passar aqueles
momentos de euforia e até mesmo de “êxtase” espiritual que encontraram no início,
com o passar do tempo se veem como antes: sozinhos e à deriva no barco da vida.
Levados pela força das
ondas não se sentem mais seguros e buscam repouso e descanso em uma nova
doutrina ou denominação religiosa, acreditando que um dia... quem sabe.... encontrarão
a tão esperada paz e tranquilidade que
ansiavam encontrar quando tiveram seu primeiro encontro com a mensagem
redentora de Jesus.
Jesus, advertindo a seus
discípulos, disse que tomassem cuidado com as indicações de que estaria neste
ou naquele local, nesta ou naquela entidade religiosa, nesta ou naquela figura
emblemática que discursava acerca do Evangelho.
Ele
assim os advertiu porque antes de encontrá-Lo neste ou naquele local exterior,
deveriam encontrá-Lo dentro de si mesmos.
Quando Jesus mora em nosso
coração, não precisamos correr para nenhum lugar, pois Ele supre todas as nossas
necessidades mais intimas: aquelas que brotam de dentro de nós e que nos
transformam em pessoas mais compromissadas com a sua Obra e com o nosso
próximo.
Quando Jesus mora em nosso
coração, sentimos a necessidade de viver integralmente o Seu Evangelho de amor
e redenção.
Mesmo que pareça difícil viver
o Evangelho e que ao contemplarmos a nossas imperfeições pareça impossível,
tenhamos a certeza de que se dermos o primeiro passo receberemos dEle a força
de que necessitamos para vencer os desafios que a caminhada cristã impõe a
todos que buscam trilhar por sua estrada.
Viver o Evangelho não é
fazer dele um leque de opções religiosas, onde a exterioridade tem mais
importância do que as ações que nascem do nosso interior. Viver o Evangelho é
procurar transformar primeiramente as nossas próprias vidas, para somente
então, procurar ajudar na construção de um mundo melhor.
Sem eliminarmos os conflitos
internos que nos impedem de viver uma vida plena na presença do Senhor, se
torna impossível colaborar na edificação necessária à nossa volta.
Todos haveremos de nos
apresentar ante o tribunal de Cristo, como nos ensina a Palavra de Deus, e
daremos contas de todas as palavras e até mesmo pensamentos que emitimos ou
expressamos.
A responsabilidade maior
recai sobre aqueles que já conhecem a mensagem libertadora do Evangelho de
Cristo e que ao invés de levá-la sem manchas e invenções a corrompem e desfiguram
para dela auferirem lucros financeiros e reconhecimento pessoal.
Sabemos que é muito fácil
propagar intelectualmente os ensinamentos contidos nos Evangelhos, mas
compreendemos também a dificuldade de exemplificá-lo. Jesus não prometeu
facilidades na divulgação de sua doutrina, ao contrário, nos alertou de que
aqueles que desejassem esse ministério deveriam estar aptos e preparados para
lutas, dificuldades, perseguições e até mesmo a morte, mas que para os que
resistissem firmes nesse santo propósito lhes estaria reservado um lugar na
morada celestial, onde todos esses dissabores seriam extintos.
Por essa razão, que sua fé
e vontade de seguir a Jesus não seja impulsionada por modismos ou por
propagandas enganosas, que oferecem um Evangelho cor-de-rosa ou uma vida de
riquezas e facilidades materiais para os que o abraçam. Esse não é o Evangelho da Cruz de Cristo, nem das promessas contidas na
Palavra de Deus, mas o evangelho dos aproveitadores de plantão, dos enganadores
que um dia terão que responder por seus desmandos.
Seja cauteloso, examine as
Escrituras e comprometa-se com a Verdade da pregação do Evangelho de Cristo e
lembre-se de que Ele mora acima de tudo em seu coração e não em templos feitos
por mãos e mentes humanas.
Sempre juntos em Jesus.
A. Carlos
(Texto extraído do Livro “Na
Dimensão do Espírito- Volume I” de autoria de Antonio Carlos da Cunha)