O que mais temos ouvido
nos últimos anos em algumas emissoras de rádio e TV e principalmente depois da
repercussão positiva ou negativa que o filme “2012” causou na época em que foi apresentado, falando sobre a possibilidade de que o mundo acabaria em 21 de
dezembro de 2012, pois corresponderia ao final do calendário Maia, são
previsões esdrúxulas, muitas “sem pé nem cabeça”, baseadas apenas em
superstições ou análises isoladas de especuladores fantasiosos ou
impressionáveis diante de toda e qualquer notícia que estimule os aspectos
místicos que nelas existem.
Em cima desse gancho
abriu-se um leque de possibilidades incríveis:
Gurus
que ganharam espaço
para fazerem suas “previsões” boas ou más sobre as celebridades do momento...
Cientistas
que procuraram negar
toda e qualquer possibilidade de um final do mundo, baseado nas previsões
religiosas de quem quer que fosse...
Ufólogos que não perderam a oportunidade de
falar sobre os seus “irmãozinhos”
extraterrestres e o interesse que esses seres têm de nos ajudar na solução dos
nossos problemas ambientais...
Ateus
e céticos que
encontraram uma oportunidade de exporem seus motivos para não crerem em nada e
justificarem que o melhor a fazer é viver o presente porque o futuro a ninguém
pertence, pois o que encontraremos depois da morte é simplesmente o nada
absoluto...
Políticos que aproveitaram a oportunidade para
exporem seus “projetos” para
salvaguardar a ordem e tranquilizar a população para que em acontecendo algo em
seus governos eles estariam preparados para toda e qualquer intempérie...
E claro, não poderiam
faltar os religiosos, munidos com
seus livros sagrados e cada um puxando a “brasa
para sua sardinha” na certeza de que seus dizeres são os únicos que devem
ser interpretados como verdadeiros: uns alegando que o mundo acaba agora,
outros que ele não acaba agora, outros ainda, dizendo que um dia acaba, mas não
é para agora e alguns religiosos brasileiros podem até dizer, diante da
experiência que têm que tudo acabará em “pizza”,
como tem ocorrido em todas as catástrofes pelas quais passamos em terras
tupiniquins.
Para justificarem suas
posições, uns dizem que o mundo acabará porque o ser humano está destruindo a
natureza, acabando com a camada de ozônio e coisas assim; outros alegam que o
mundo acabará porque o homem tem-se afastado de Deus e o Senhor com toda
certeza está “pesando a mão” sobre
todos os pecadores; outros ainda dizem que o que haverá em verdade é a
transição desse mundo que conhecemos para um mundo novo, regenerado, onde
somente os “bons espíritos”
sobreviverão e nele habitarão, porque o planeta que está se aproximando da
Terra (Absinto, planeta chupão e tantos nomes que lhe é dado) irá trazer sérias
consequências em todas as áreas e atrairá para si todos os “maus espíritos”, ou antes, os “péssimos
seres humanos” que habitam esse pobre planeta perdido na imensidão do
Universo, e não faltam aqueles que crêem que o leão e o cordeiro vão andar lado
a lado num paraíso terrestre que se seguirá após a trágica ocorrência.
Diante de tantas “possibilidades” que os “especialistas” nos apresentam, qual
delas podemos considerar como sendo a verdadeira?
Essa pergunta é muito
subjetiva, pois cada qual entenderá da maneira que melhor lhe aprouver.
Para aqueles que acreditam
que não há “nada” depois da morte, a
certeza de que haverá uma tragédia de proporções mundiais pode aguçar o desejo
de se tornarem ainda mais materialistas, pouco se importando com os
acontecimentos, desde que estejam “bem na
fita”, como dizem alguns...
Para aqueles que em tudo
crêem, o simples mencionar de catástrofes apocalípticas fará com que veja em
todas as coisas os sinais “aparentes”
de que ela já está acontecendo...
Enfim, essa é a tônica do
nosso dia a dia. A história de nossas vidas é escrita a todo o momento e nela
vemos personagens das mais variadas características e que podem com toda
certeza se enquadrar nos exemplos que mencionamos acima.
Infelizmente, a vida
humana não passa de mercadoria barata para muitos exploradores que por mais que
saibam que o tempo da escravidão acabou ainda querem manter cativos os mais
necessitados, como ocorre não apenas com os nossos irmãos bolivianos, coreanos
e tantos outros que são literalmente mantidos como escravos por muitos comerciantes,
que visando maior lucratividade não medem “esforços”
para subjugar esses pobres necessitados que deixaram tudo em suas terras na
esperança de conseguirem uma vida melhor e mais digna para si e para suas
famílias e que em aqui chegando encontram apenas trabalho, trabalho, trabalho e
mais trabalho sem nenhum tipo de remuneração, a não ser os parcos alimentos que
lhes são servidos a preço de ouro...
Esse mesmo quadro pode ser
observado em outros segmentos, onde as drogas e a prostituição são cartões de visita
para consolidar um “status quo” que
essa sociedade consumista estabelece como sendo o ideal para os “vitoriosos”,
que num futuro não muito distante irão lotar as clinicas de dependentes
químicos e divãs de psicólogos e psiquiatras na busca de suas origens, na busca
de um prumo para suas vidas, um ponto de equilíbrio para recomeçarem...
Que sociedade é essa na
qual estamos vivendo?
Que importância tem se o
mundo vai acabar hoje, daqui a alguns anos, milênios ou se nunca vai acabar...?
As pessoas se preocupam
tanto com o fato de existir ou não vida extraterrestre e não estão nem um pouco
preocupadas com os nossos “terrestres”
que passam pelas maiores privações.
Gastam-se cifras que nem
imaginamos em pesquisas espaciais, enquanto a África é berço continuo de
desgraças sem fim, onde a fome, a AIDS, a mortalidade infantil é uma das
maiores do mundo, onde as mulheres “vendem”
seus corpos em troca de migalhas de pão que possam “saciar” sua fome de alimentos, mas nunca poderão nem ao menos
acalmar as tragédias íntimas pelas quais passam todos os dias...
Esse é o mundo no qual
vivemos. Com todos os seus problemas, com sua camada de ozônio sendo destruída,
com as florestas sendo devastadas, e apesar de tudo isso, nossos governantes
não dão à mínima para os necessitados.
Mas o fato de sabermos que
essas coisas poderão acontecer deve fazer com que deixemos de socorrer os
enfermos, ou amparar os necessitados de toda ordem? De forma alguma! O fato de
sabermos que essas tragédias humanas e naturais estão acontecendo deveria
despertar em nós um sentimento de irmandade ainda maior por todos os que vivem
no planeta, independentemente da fé que professam, porque a dor e o sofrimento
vêm para todos os habitantes da terra, quer sejam pobres ou ricos, fortes ou
fracos, instruídos ou incultos, religiosos ou ateus.
Pensemos nisso e façamos a
nossa parte na construção de um mundo melhor, no qual, possamos salvar a
maioria, a fim de que o amor de Deus possa nos alcançar da melhor maneira
possível e encontre corações dóceis para cumprirem a Sua vontade.
Se o fim virá da forma
como se estabelece nas mentes humanas não o podemos afirmar, mas de uma coisa
temos a certeza: Precisamos fazer algo para melhorar a nossa convivência neste
planeta!
Se você faz parte daqueles que pensam que tudo está bem e
se melhorar estraga, eu quero convidá-lo a olhar para dentro de si, faça uma
breve reflexão sobre os acontecimentos mundiais e veja se realmente o mundo
está melhorando, se as pessoas estão sendo mais solidárias, se o amor tem
alcançado as pessoas de diferentes classes sociais ou se ao invés disso, apesar
de todo avanço tecnológico, não estamos vivendo como nos tempos da Idade Média,
onde as mulheres eram apenas objeto de uso para seus maridos, onde as crianças
não eram respeitadas e onde valia mais o poder da força do que a força do amor.
Espero que ao final desta análise íntima, você possa
chegar à conclusão de que há muito a ser feito e que não podemos esperar nem
mais um minuto para colocarmos as mãos na massa, arregaçarmos as mangas e trabalharmos
em prol da construção de um mundo melhor e mais digno de ser vivido por nós e
pelas gerações futuras.
Sempre juntos em Jesus.
A. Carlos
(Texto extraído do Livro “Na Dimensão do Espírito –
Volume I” de autoria de Antonio Carlos da Cunha)